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12/14/2020

B3 divulga estudo sobre os 2 milhões de investidores que entraram na bolsa entre 2019 e 2020

Novo investidor é jovem – 32 anos –começa com valores menores – R$ 660 – e tem visão de investimento de longo prazo, mantendo suas posições mesmo no auge da volatilidade do mercado

São Paulo, 14 de dezembro de 2020 – A B3 divulga hoje um estudo sobre o perfil e comportamento dos mais de 2 milhões de pessoas que iniciaram sua jornada de investimentos na bolsa de valores entre abril de 2019 e abril de 2020. Em outubro deste ano, o número de contas na B3 ultrapassou a marca de 3,2 milhões.

De acordo com os dados da pesquisa, o perfil médio da nova safra de investidores é jovem (média de 32 anos), sem filhos (60%), com renda mensal de até R$5 mil (56%) e com trabalho em tempo integral (62%). Apesar da maioria (74%) ainda ser formada por homens, chama a atenção o crescimento das mulheres (26%) investindo na bolsa, saltando de 179.392 em 2018 para 809.533 em 2020.

Seguindo a tendência de pesquisas anteriores, o valor do primeiro investimento entre os investidores pessoa física tem caído. Nos últimos dois anos, caiu 58%, saindo de R$ 1.916, em outubro de 2018, para R$ 660, em outubro de 2020. Entre os investidores mais jovens, os valores são menores ainda. Em outubro de 2020, o valor médio do investimento inicial era de R$ 225 entre os investidores de 16 a 25 anos de idade.

O ticket menor não se traduz em menor diversificação dos investimentos. Quase metade dos investidores (46%) passou a ter posição em mais de um produto de renda variável logo após a sua chegada à B3. Em 2016, por exemplo, 78% das pessoas físicas detinham somente ações. Em 2020, esse número cai para 54%, e outros produtos passam a integrar as carteiras desses investidores.

A volatilidade assusta?

O sobe e desce do mercado, que costuma ser associado à fuga de pequenos investidores na bolsa de valores, tem impacto menor nessa nova safra. Dentre os investidores ouvidos para o estudo da B3, 64% afirmam que resgatariam os valores investidos na bolsa apenas se precisassem do dinheiro. A queda na rentabilidade dos ativos seria o motivo para sacar o valor para apenas 28% dos entrevistados.

“Um legado importante para o investidor é que a volatilidade deixou de ser vista como algo ruim, que assusta, que bota medo. Na medida em que ele se educa e vivencia grandes oscilações, compreende que volatilidade faz parte da dinâmica do mercado e é também uma oportunidade, dependendo da estratégia de investimentos. O pensamento de médio e longo prazo já faz parte da mentalidade de boa parte dessa nova safra que começa a investir. A decisão de resgatar os investimentos fica muito mais atrelada à liquidez (‘eu preciso do dinheiro agora para alguma emergência’) do que à volatilidade (‘vou resgatar porque o mercado está em baixa’)”, afirma Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes-Pessoa Física da B3.

Para Paiva, a educação e conhecimento financeiro tem papel central nessa mudança de comportamento. “A educação e a busca por mais informações sobre os produtos leva à diversificação, o conhecimento do investidor sobre o perfil dele e do seu apetite para o risco. Esse dado de manutenção das posições e contas mesmo nos períodos mais críticos de volatilidade comprova que não é uma questão pontual. É uma mudança de mentalidade que está se consolidando entre os jovens brasileiros e, por isso, uma mudança geracional na forma de investir no país”, avalia.

O poder dos influenciadores

Parte dessa jornada de educação dos investidores se deve à democratização do acesso à informação. E boa parte dessas informações chegam a essa nova safra de investidores pela internet, tendo como canal os influenciadores digitais.

De acordo com os investidores ouvidos pela B3, 73% obtêm informações sobre investimentos na internet e 60% o fazem por meio de influenciadores digitais.

Ainda que sejam uma das fontes prioritárias para informação, dentre os 60% que utilizam influenciadores como fonte de informação, somente metade (32%) afirma que toma decisões de investimento baseadas em recomendações de influenciadores.

A maioria dos investidores (73% do total ouvido pela pesquisa) afirma que toma decisões de investimento por conta própria, a partir de conclusões obtidas depois da análise de dados e informações de diversas fontes.

Ainda segundo Paiva, “a transformação digital trazida pelo avanço da tecnologia e o maior acesso à informação foram cruciais para que o mercado de investimentos se desenvolvesse muito nos últimos anos no Brasil. E, nesse cenário, é essencial que as pessoas estejam cada vez mais atentas não só à qualidade dos dados como, também, à credibilidade, reputação e histórico de suas fontes”.

Universo da pesquisa

O estudo da B3 sobre perfil e comportamento dos investidores considera dados atualizados da central depositária de renda variável da B3 e de dados coletados por meio de entrevistas com 1.371 investidores de todo o Brasil, com idade entre 18 e 65 anos, das classes A, B e C, que investiram pela primeira vez na bolsa de valores entre abril de 2019 e abril de 2020.

Para acessar a edição anterior, de maio deste ano, clique aqui.

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